Transformando semáforos em histórias doces

Conheça Marcio Rodrigues de Oliveira, “Garçom do Semáforo” o vendedor de Água e Maçã do Amor 🚦🍎 #InspirandoComércio"

E você, como reage nas adversidades da vida?

Inspire-se com o case de Marcio, “Garçom do Semáforo”.

“Eu era empresário no litoral sul do Estado de São Paulo. Tinha uma empresa de representação comercial há 19 anos. Eu comprava tijolos para construção civil e revendia para os depósitos e para as construtoras. E na pandemia, como tudo parou, o mundo parou, houve muitas perdas financeiras, perdas de entes queridos, comigo não foi diferente. A minha empresa parou e o isolamento social, acarretou também numa separação conjugal. A minha situação financeira, não estruturada, veio por água abaixo.

Eu perdi tudo. Estava me separando, mergulhei numa forte depressão. E depois de alguns meses fui morar na rua. Sem ter condições de pagar um aluguel, sem ter condições de me alimentar, cheguei a virar um mendigo, um andarilho. Virava lixo para comer, dormia no banco da rodoviária. 

Mas o fato era que eu não queria mais viver com tanta desilusão financeira e sentimental com as pessoas que estavam ao meu redor, que sempre falavam “tamo junto”, mas na hora em que eu precisei, não tive esse apoio. Meu psicológico estava muito abalado e eu não queria mais viver.

Tentei por quatro vezes o suicídio, mas Deus estava presente e não me deixou avançar. Depois de sete meses andando na rua, bem debilitado, tomando muito remédio de depressão, eu estava numa calçada, sujo, sem tomar banho, pensando sobre o porquê de não ter conseguido concluir o suicídio, e em tudo que a pandemia fez comigo, então, pensei: “Deus tem um propósito para a minha vida”. Naquele momento passou um casal com uma criança, felizes indo ao mercado, voltaram sorrindo, e eu olhei pra mim mesmo e falei: “olha, tá todo mundo vivendo, todo mundo feliz e eu aqui esperando que alguém olhe para mim, mas eu tenho que olhar para mim”.

Ergui minha cabeça, olhei para o céu e falei: “Senhor, eu não aguento mais essa situação, esse sofrimento. Eu quero virar esse jogo, quero dar a volta por cima, mas sozinho eu não consigo. Senhor, me ajuda!”. Naquele momento senti muito forte a presença do Espírito Santo de Deus.

Levantei daquela calçada e comecei a caminhar e falei a mim mesmo: “é, mas e agora, né? Continua a mesma coisa!”, mas não. Naquele instante, Deus me fez lembrar de um velho amigo, conhecido, que eu ajudei há 30 anos, quando meu pai tinha um restaurante. Então, fui bater na porta da casa dele, fui procurar saber se ele estava vivo, se morava no mesmo lugar e o encontrei e expliquei minha situação, e ele falou: “Márcio, muito triste essa sua situação, mas você não vai ficar assim, agora você vai ficar numa pousada, eu pago essa diária e amanhã a gente vai arrumar um lugar para você ficar”.

E aí, quando eu entrei naquele quarto, eu peguei a bíblia e falei: “agora eu vou virar esse jogo, é eu e Deus”. Então, peguei os remédios de depressão, joguei todos fora e comecei a caminhar. No outro dia, alugamos um quarto por R$ 350. Ali foi onde deu a virada de chave, onde tudo começou.

Eu nunca trabalhei de empregado, fui trabalhar de servente de pedreiro e não consegui. Então, eu vi que precisava vender alguma coisa. Fui vender bombom e apareceu um amigo que me deu quatro pacotes de bombons Sonho de Valsa, foi quando eu comecei a empreender. Eu colocava numa sacolinha e saia vendendo a R$ 2 cada bombom. Com alguns dias, comprei uma cesta e ficava na porta de uma padaria vendendo bombom. 
E assim eu fui melhorando, retomando a autoestima.

Até academia comecei a fazer. Eu consegui um celular com um amigo, era um aparelho bem antigo, mas funcionava as redes sociais, onde eu comecei a me conectar com vários empreendedores, profissionais diferenciados. Quando estava próximo da temporada, eu sabia que o bombom ia derreter e não daria para vende-lo, mas eu precisava pagar o meu aluguel e me alimentar. Fiquei pensando no que eu poderia fazer.

Se vendesse picolé que eu pagava R$ 0,60 venderia a R$ 2 teria um lucro bom, mas eu não tinha geladeira e também não tinha capital para comprar vários sabores. Pensei em vender refrigerante, mas não poderia vender só uma marca ou sabor, precisava variar. Foi então, que veio a ideia da água. Mas eu estava ainda muito debilitado para ficar no semáforo vendendo, as pessoas poderiam ficar com receio de abrir o vidro e mexer com dinheiro.

Foi quando, o Espírito Santo de Deus, me mandou a ideia de colocar um adesivo na garrafinha de água. Um adesivo personalizado, com um QR CODE, assim meus clientes podiam levar a água e posteriormente efetuar o pagamento via Pix.


Então, eu paguei R$ 0,40 cada adesivo com mais R$ 0,60 de cada água que eu vendia a R$ 3 eu teria um lucro bom, dava para começar. Fui ao escritório de uma amiga advogada e falei sobre a ideia que tive, mostrei a garrafinha de água com o adesivo e ela me disse: “Márcio, você está louco! ninguém vai pagar. Ninguém paga, tira isso da sua cabeça”. Eu voltei para aquele quartinho muito triste, foi um balde de água gelada. E quando estava no quarto, senti de novo aquela presença do Espírito Santo e uma voz que falou assim: “quando você estava na calçada, passando fome, ninguém foi te dar um prato de comida. Agora eu estou aqui te dando uma visão de um empreendimento que vai dar certo, você está duvidando do que eu estou falando. Vai que eu sou contigo!”

Comecei a comprar mais garrafinhas de água, comprei a roupa do Garçom do Semáforo num brechó e coloquei uma foto numa rede social, de um grupo e foi quando eu conheci a minha atual esposa. Ela veio de Assis Chateaubriand, do Paraná, trabalhava na roça com o pai. Ela veio a São Paulo de férias e nos conectamos.

Ela também tinha seus problemas pessoais, do casamento, da separação e só queria ser feliz. Ela fez um pix de R$ 100 para buscá-la na rodoviária da Barra Funda. Quando ela desceu do ônibus, nós fomos a uma lanchonete e eu falei: “moça, eu não tenho dinheiro para te pagar esse refrigerante, mas eu vou dar a volta por cima e serei um empresário de sucesso e se você quiser ficar comigo, eu vou te fazer feliz”. E ela falou: “eu só quero ser feliz, nem que eu vá para debaixo da ponte com você, mas tive alguns problemas pessoais e eu só quero ser amada”. Falei: “então, vamos começar. Se não der certo a gente vai continuar a amizade”. Mas isso já vai fazer dois anos e nós estamos vivendo todos os dias muito felizes e unidos. Ela é uma companheira, uma esposa e parceira em todas as horas.

Eu seguia vendendo água no semáforo, quando passou o pessoal do SBT e falou: “moço, tem uma história por trás disso, queremos saber o que é”. Então, eu expliquei toda minha história e eles fizeram uma matéria, passou no SBT, depois gravei para a Band e fiquei “famoso” na região. Foi quando, acabando a temporada eu falei pra esposa: “amor, eu queria ir pra um lugar onde eu fizesse novas amizades, quero virar essa página na minha vida.

Consegui virar a chave aqui onde teve todo o sofrimento, mas quero alçar novos voos”. Então, como eu sempre ouvi falar que Santa Catarina é um estado próspero, viemos para Balneário Camboriú. Chegando lá, quando eu vi aqueles carros de luxo, helicópteros, eu falei: “é aqui que eu vou ser milionário.” Fomos para o semáforo vender água para conseguir pagar a pousada.

Mudamos para Itajaí onde encontramos um valor mais acessível de moradia e onde voltei a vender bombons, rosas e também maçãs do amor, deliciosas, feitas por minha esposa com muito capricho. Aqui também ficamos conhecidos na mídia.


Hoje, eu sou palestrante, já palestrei aqui em Itajaí num evento muito grande. Fui ao Rio de Janeiro onde também palestrei.

Fui a Rede Vida, gravei vários conteúdos, tenho um vídeo no tiktok com 4 milhões de visualizações e uma pessoa falou que no Rio de Janeiro ninguém pagaria. Então, eu fui até lá vender e mostrei que todo mundo paga. Em todos os lugares tem pessoas boas e pessoas ruins. Mas a energia ruim não tem sucesso na minha vida pessoal e na minha vida financeira.”

 

 

 


Perfil Case
“Garçom do Semáforo”


 

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