Há quase dois anos já sendo Colunista da Revista Perfil, a qual tenho a honra de fazer parte e através dela e de seus idealizadores, levar uma mensagem de amor e autoajuda a muitas pessoas, inclusive de outros países.
Hoje, quero falar sobre a minha história. Pois é através dela que estou ajudando muitas mulheres a terem um olhar sobre si. A história que me levou ser quem eu sou e que me levará muito além.
Sou uma mulher, hoje, com 56 anos que tinha o desejo, desde criança, de transformar o mundo e conquistar o meu mundo (que caminhada!)
Pois bem. Nasci no interior de Tapejara/RS e vim de uma família humilde. Meus pais e quatro irmãos, nossa base principal era o amor. Podíamos não ter muito, mas tínhamos tudo. Recebíamos muito amor e limites (assim também criamos nossos filhos).
Desde pequena fui uma menina muito vaidosa e lutava pelo o que eu queria, gostava de estar sempre arrumada e era muito curiosa em aprender e saber muito. Comecei meus estudos aos seis anos, numa escola onde em uma sala era ensinado quatro séries com uma única professora a qual devo toda a minha honra (Rosmari Zanini), e assim inspirada por ela, tornei-me professora de séries iniciais. Aos dezessete anos iniciei minha caminhada como professora seguindo o mesmo percurso, lecionando para cinco séries em uma única sala (até hoje não entendo como isso era possível), e é possível! Meus alunos estão formados na faculdade!
Voltando ao início da minha história. Nasci no interior, recebia muito amor, porém tinha tarefas a cumprir. Somos cinco irmãos (eu sou a segunda), dividíamos as tarefas diárias ajudando nossos pais com os cuidados dos irmãos mais novos, com os cuidados com os animais, tirando leite, tratando e limpando chiqueiro de porcos, triando milho, carpindo na lavoura, além dos cuidados da casa e ajuda nas refeições. Mas nisso tudo o que mais gostava de fazer era cuidar do jardim e estar envolvida com as flores (e é assim até hoje).
Confesso, não gostava nem um pouquinho das tarefas de força masculina citadas acima e aí começa o meu grande sonho.
ESTUDAR para SERVIR.
Com 13 anos saí de casa para estudar em Passo Fundo e aos 17 anos já estava formada em Magistério. Iniciava ali a minha contribuição com o universo lecionando.
Através dessa história, até aqui é que devo toda honra e gratidão aos meus pais Pedro e Cirlei, por terem me dado tudo o que eu precisava para ser quem sou hoje. Eles me deram a VIDA, AMOR, LIMITE e ESTUDO.
Eles me deram um norte. O norte para fazer novas escolhas e fazer a minha história acontecer. Aos 18 iniciei a faculdade de educação artística. Aos 23 anos casei com o meu esposo Gilberto no ano de 1991. Mais um sonho realizado. Formamos a nossa família com os presentes mais preciosos que um casal pode receber, os filhos. Somos pais de dois maravilhosos filhos, Gabriela e Pedro e hoje o genro Marco, a nora Bia e nossa linda neta Sophie completam nossa família.
Uma surpresa chega
Em nove meses de casados nossa vida tomou outro rumo jamais sonhado por mim e com isso muitos de nossos projetos também mudaram. Meu esposo tornou-se Prefeito de Tapejara com 29 anos e eu Primeira-Dama com 25 anos. Foram quatro anos de muitos aprendizados, porém de muitos desafios. Nesse período já estava grávida de Gabriela e logo após nasce Pedro, realizando assim o meu maior sonho, ser mãe. E com isso me dediquei intensamente a nossa família, nosso maior projeto e maior bem, já que o pai precisava estar um tanto ausente, devido aos compromissos e dedicação com a administração do município, ao qual eu e nossos filhos temos o maior prazer de honrá-lo por ter sido um maravilhoso e digno prefeito. A caminhada continua e eu sempre sonhando mais e mais, buscando muito pelo novo e por oferecer algo a mais.
Lecionei durante oito anos e após esse tempo, por alguns anos, troquei várias vezes de atividades. Passei a ser autônoma, criando meus próprios negócios. Fui lojista de roupas femininas, fui esteticista, e sendo modesta, meu trabalho era muito nobre. Sempre trabalhando com mulheres por 22 anos.
E aqui começa novamente uma nova história
Um vazio começa tomar conta de mim. Os filhos crescidos, indo atrás de seus sonhos e suas conquistas. Minha vida com uma boa estabilidade. Surge a pergunta: ‘O que está faltando? Por que o vazio?’ Adoeci. Depressão profunda. ‘Como assim se você tem tudo?’ Depressão = Depreciar. Eu me permiti, ao olhar para todo mundo, esquecer de mim, perdi a minha identidade.
Sou muito grata a todo dia por esse diagnóstico. Tive duas escolhas: viver ou morrer. Escolhi viver e correr atrás de mim. Foi aqui que entendi que para dar amor tenho que estar em primeiro lugar. Só posso dar ao outro aquilo que tenho de sobra para mim. Comecei a me olhar com um novo olhar, um olhar de que por trás de mim sempre existiu, uma mulher que queria mais e mais e que para isso eu precisava saber quem era e para que estava aqui. Sabia e sentia que algo muito maior me trouxe a habitar este mundo. ‘Qual minha missão de vida? Qual o meu propósito maior?’
Aqui começou uma nova caminhada em busca de uma nova história. ‘Quem eu sou?’ Onze anos se passaram. Muitos cursos. Muitos livros. Muito autoconhecimento, autodesenvolvimento, muito aprendizado. Aprender e aceitar e receber tudo o que a vida me apresentava, desde o muito bom até o menos bom e que tudo fez parte do meu crescimento. Onze anos e o encontro comigo mesma.
Aqui eu posso dizer qual é a minha missão de vida, o que Deus quer de mim, que é cuidar de mim mesma e me tornar um ser cada vez melhor a cada dia que passa.
“Quando eu me cuido e me amo, eu cuido e amo o mundo todo ao meu redor. Quando eu me cuido eu tenho de sobra para DAR e AMAR”.
O meu encontro comigo, há dois anos, me levou a descobrir a minha missão de vida, a qual sempre foi: trabalhar com MULHERES, mas primeiro eu precisava me trabalhar, me curar, me apreciar, ser feminina para mim, agora um pouquinho diferente, não vendendo roupas, não sendo esteticista, mas sim de portas abertas, posso dizer a todas as mulheres que o princípio de tudo é sermos quem viemos para ser. Assumirmos nossa HISTÓRIA. Assumirmos nossa identidade. E sermos a nossa ESSÊNCIA.
O vazio se foi. Hoje sou terapeuta. Trabalho com mulheres em encontros para que elas mesmas encontrem o seu feminino. Ministros palestras e workshops e sou idealizadora da Segunda do DESPERTAR, do Sítio Amor a Terra, para eventos culturais e festivos e também do Fluir Espaço Mulher e colunista da Revista Perfil.
Essa sou “EU” Clauzene uma “MULHER” que jamais desistiu de si e que hoje, através da sua história, está aqui a serviço de algo muito maior e cumprir com minha missão de vida conforme a vontade Divina e assim é:
Através de novas ESCOLHAS contaremos novas HISTÓRIAS.
Qual é a sua identidade? Qual foi a sua história até aqui? Qual a história que você quer contar? Qual o legado você quer deixar?
Faça como eu, não desista de você!
Busque se autodesenvolver, esse é o caminho.
“Não é o que eu fui que me define, e sim em quem eu quero me tornar.”
Com amor, Clau!
Clauzene Martins Pinto Borgo
Artesã e escritora
Autora de minha Vida, Ser quem “Sou”. Apaixonada pela Vida e Inspiradora. Filha, esposa, mãe, amiga. Artesã e escritora. Formada em Magistério e Educação Artística Habilitação em Desenho.