O Brasil é movido por mulheres que não pedem espaço, elas tomam!

O Brasil é movido por mulheres que não pedem espaço, elas tomam!

O Brasil é um país movido por mulheres. Milhões delas estão à frente do próprio negócio, redefinindo não apenas suas trajetórias pessoais, mas o rumo da economia nacional. Elas não empreendem por hobby. Elas empreendem por necessidade, por autonomia, por liberdade. Para muitas, abrir um negócio não é uma escolha, mas sim a única forma de garantir sustento, dignidade e um futuro para suas famílias.

Os números falam por si. O Brasil ocupa o sétimo lugar no ranking global de empreendedorismo feminino. Das 52 milhões de pessoas que empreendem no país, 32 milhões são mulheres. E, dentro desse universo, 49% são chefes de família. Ou seja, metade das empreendedoras brasileiras são as principais, ou únicas, responsáveis pelo sustento do lar.

Mas antes que alguém venha romantizar essa realidade, é preciso deixar uma coisa clara: empreender no Brasil, sendo mulher, não é um conto de fadas. O caminho é árduo, repleto de obstáculos invisíveis para os homens. O acesso ao crédito é limitado. A carga de trabalho doméstico continua desproporcionalmente alta. A falta de representatividade em cargos de liderança ainda é um muro difícil de transpor. O preconceito, velado ou explícito, continua minando as oportunidades.

Mesmo assim, elas avançam. Porque quando mulheres empreendem, elas fazem mais do que movimentar a economia. Elas transformam comunidades inteiras. Estudos mostram que empresas lideradas por mulheres investem mais em educação, saúde e bem-estar social. Mulheres contratam mais mulheres, criam redes de apoio, incentivam a diversidade e promovem inclusão. Quando uma mulher cresce, ela puxa outras com ela.

E isso fica evidente no impacto direto que o empreendedorismo feminino tem na economia brasileira. Segundo o Monitor Global de Empreendedorismo (GEM), em 2023, as mulheres superaram os homens na intenção de empreender: 54,6% das pessoas que desejam abrir um negócio até 2026 são do sexo feminino. Esse é um reflexo da crescente busca por independência financeira, mas também um grito de resistência contra um mercado de trabalho que, muitas vezes, não as acolhe.

Mesmo com todos os avanços, a equação não fecha. Empreendedoras continuam ganhando menos do que os empreendedores homens, têm mais dificuldades para obter financiamento e precisam lutar dobrado para serem levadas a sério. O crédito chega mais caro, os investimentos são mais escassos e os impostos não aliviam. Enquanto isso, as mulheres seguem equilibrando prazos, boletos, filhos e reuniões.

O problema não é a falta de capacidade. É a falta de estrutura. Empreender precisa deixar de ser um ato de sobrevivência e se tornar uma oportunidade real de ascensão. Isso passa por políticas públicas que facilitem o acesso ao crédito, por programas de mentoria, por um ambiente de negócios que entenda que mulheres são tão capazes, e lucrativas, quanto qualquer homem.

A revolução do empreendedorismo feminino já começou, mas ainda há muito a ser feito.

O Brasil precisa parar de tratar essas mulheres como exceções inspiradoras e começar a vê-las como o motor da economia que são. Porque, gostem ou não, elas já tomaram seus lugares.

E não vão mais pedir licença.

 


Natalia Martins
Empresária
Natalia Martins é fundadora da Natalia Beauty & Academy (NBA), um estúdio e escola de micropigmentação localizado em São Paulo

Date

22 Mai 2025

Tags

Colunistas, Natalia Martins

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