
Marcas Humanizadas e CEOs Influenciadores: Como a Conexão Pessoal Impulsiona a Confiança do Consumidor
Em um mundo repleto de informações e opções de compra, o consumidor atual não quer apenas produtos ou serviços; ele busca conexões humanas, histórias autênticas e valores sólidos. Pesquisa após pesquisa mostra que, cada vez mais, as pessoas se inspiram em criadores de conteúdo e líderes com rosto e voz própria. Essa humanização — especialmente quando CEOs e fundadores se tornam influenciadores da cultura da empresa — gera um diferencial competitivo, convertendo consumidores em verdadeiros embaixadores da marca.
O peso da influência humana no Brasil e no mundo
Os números não mentem. Segundo um estudo global da Nielsen (“Global Trust in Advertising”, 2021), 92% dos consumidores em todo o mundo afirmam confiar mais em recomendações de pessoas do que em mensagens diretas de marcas.
Isso engloba desde amigos e familiares até influenciadores digitais e líderes empresariais com presença pública marcante.
No Brasil, essa tendência também é forte. De acordo com uma pesquisa da Opinion Box (2020), 56% dos brasileiros seguem influenciadores digitais nas redes sociais, e 52% já compraram produtos e serviços recomendados por eles. Além disso, um estudo da QualiBest (2019) mostrou que 71% dos entrevistados no país já realizaram compras com base em indicações de influenciadores.
Esses dados evidenciam a importância do chamado “marketing de influência”. Não se trata apenas de grandes celebridades, mas também de microinfluenciadores e, cada vez mais, líderes empresariais. O engajamento com pessoas reais — e não apenas com a imagem institucional de uma empresa — constrói credibilidade e gera identificação.
A força da humanização corporativa
A Edelman Trust Barometer (2022), pesquisa global que avalia confiança em empresas, ONGs, mídia e governo, revelou que 58% das pessoas confiam mais em empresas cujos líderes demonstram valores pessoais claros e se posicionam sobre questões sociais.
Quando o público enxerga o CEO como um porta-voz da cultura corporativa, defendendo ideias, valores e causas, a empresa passa a ser percebida como autêntica e comprometida com algo além do lucro.
No cenário B2B, um estudo do LinkedIn e Edelman (2020) apontou que 54% dos tomadores de decisão prestam mais atenção a líderes e executivos que se comunicam de forma transparente e apresentam pensamento crítico sobre o setor e a sociedade. Esses líderes tornam-se referências, influenciando não apenas a percepção da marca, mas também a tomada de decisão de potenciais parceiros e investidores.
Criadores de conteúdo: a ponte entre marca e consumidor
Seja no YouTube, Instagram, LinkedIn ou TikTok, os criadores de conteúdo estabelecem uma relação de proximidade com seu público. Essa conexão é emocional, baseada em afinidades, estilo de vida, opiniões e, principalmente, em autenticidade. Segundo uma pesquisa do Think with Google (2017), 70% dos adolescentes no mundo dizem se relacionar mais com YouTubers do que com celebridades tradicionais. Esse fenômeno se replica em outras faixas etárias, à medida que influenciadores ampliam sua influência para diferentes nichos.
No caso de CEOs influenciadores, uma dinâmica similar ocorre. Quando o líder da empresa aparece em um vídeo explicando os bastidores de um lançamento, compartilhando valores corporativos ou discutindo desafios enfrentados pela organização, cria-se uma narrativa real e inspiradora. Esse tipo de conteúdo se assemelha a uma conversa franca com o consumidor, que passa a ver não apenas a marca, mas a pessoa que a representa.
Fazendo do cliente um embaixador da marca
A consequência desse engajamento humano é a criação de um círculo virtuoso: a identificação emocional leva à confiança, que por sua vez impulsiona a fidelidade. Clientes que confiam na marca — e admiram a história e a postura dos seus líderes — não apenas voltam a comprar, mas também recomendam a empresa para amigos e familiares, compartilham conteúdos nas redes sociais e defendem publicamente a marca em debates online.
Esse engajamento orgânico é valioso. Um estudo do Boston Consulting Group (2019) identificou que clientes fiéis chegam a gastar até 67% mais do que novos clientes, além de reduzirem custos de aquisição. Quando o valor da marca está claro e sua liderança é autêntica, o próprio cliente se torna um canal de marketing espontâneo.
Dicas para CEOs e marcas que buscam humanização
Comunicação Transparente: Compartilhe números, desafios e aprendizados. A vulnerabilidade humana cria conexão e confiança.
Presença nas Redes Sociais: Assim como influenciadores, CEOs podem postar conteúdo regular, responder comentários e participar de discussões. Isso aproxima o público e a liderança.
Conteúdo Educativo e Inspirador: Vídeos, artigos e posts com análises do mercado, dicas e visões sobre o futuro do setor ajudam a posicionar o CEO como uma referência confiável.
Histórias Autênticas: Conte sobre a fundação da empresa, dificuldades superadas e momentos marcantes. Essa narrativa dá vida aos valores da marca.
Alinhamento Interno: A cultura deve ser coerente de dentro para fora. Colaboradores alinhados com o discurso do CEO reforçam a autenticidade percebida pelo consumidor.
O caminho para a influência autêntica
Os números confirmam o que a prática já demonstrava: em um mundo digital e interconectado, as pessoas procuram conexões humanas, não apenas logotipos ou campanhas publicitárias polidas. Ao apresentar CEOs e executivos como influenciadores da cultura empresarial, as marcas acessam uma via de mão dupla com o público — uma relação baseada em confiança, empatia e admiração.
O resultado é uma marca vista como mais humana, próxima e confiável, capaz não apenas de atrair consumidores, mas também de transformá-los em embaixadores apaixonados. Nessa nova realidade, quem conta as melhores histórias e mostra o verdadeiro rosto por trás do negócio ganha a preferência do mercado, consolidando um diferencial competitivo que perdura muito além da primeira compra.
Alfredo Soares
Empreendedor em vendas e marketing
Empreendedor com mais de dez anos de experiência em vendas e marketing.
FOTO MATHEUS LINS @trintadezessete